Férias são férias e as rotinas do ano podem ser quebradas. Aproveite este período para descontrair um pouco em relação às exigências diárias. Afinal, o que acontece se o seu filho não comer sempre sopa a todas as refeições, ou for para a cama um pouco mais tarde, durante as férias? Absolutamente nada…
As férias são boas, também, por permitirem que as crianças estejam de forma diferente. Verá o brilho no olhar e o seu sorriso aberto se permitir a cumplicidade, à laia de “estamos de férias e isto é uma excepção”, de umas quantas prevaricações sazonais.
Arrisque um pouco e saia da sua zona de conforto. Não faça das férias uma constante de preocupações, chatices, castigos e afins comportamentais. Fazer um pouco “ouvidos moucos” ou “fazer de conta que não vê” uma macacada, pode ser, dentro de certos limites, uma estratégia para evitar os ralhetes sistemáticos. Não se preocupe que não os “deseduca” por se soltar um pouco e possibilitar que se soltem também. As crianças facilmente aprendem que há momentos em que podem “esticar a corda”, sem perderem a noção que essa não é a regra, e sim uma forma de estar mais relaxada, para todos, durante um breve período.
Manter a mesma disciplina pode ser contraproducente e transformar as férias de todos num verdadeiro inferno. Lembre-se que o seu filho, também, precisa de um período de descontracção e de diversão. Precisa de bons momentos para recordar quando estiver sentado durante várias horas na escola. E muitos desses momentos, são guardados para toada a vida.
Quem não se recorda, com um sorriso nos lábios, das tropelias que fez nas férias? Quantas histórias recordamos e contamos aos amigos sobre as brincadeiras e “malandrices” que fizemos com amigos, primos ou outros familiares?
Descontraia e tente relaxar. Recupere a criança que está dentro de si e brinque com eles. Faça jogos, ao ar livre ou outros, passeios de bicicleta, caminhadas e deixe-se contagiar pela boa disposição e pela energia das crianças. E porque não os bons velhos jogos de tabuleiro, em particular os que apelam à imaginação e à expressão criativa? Aprecie a deliciosa sensação das genuínas gargalhadas e dos bons momentos que passam juntos.
Claro que há que manter a sensatez e há situações que, até pela delicadeza ou perigosidade, são incontornáveis, mas umas esfoladelas nos joelhos ou uns pequenos arranhões só os ajudam a crescer com mais cuidado e a entender que os alertas dos pais servem para os proteger.
Helena Coelho, psicóloga na Psicomindcare para @UptoKids
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