As pessoas com Perturbação de Personalidade Borderline são fortemente instáveis no humor. Num momento podem estar a rir à gargalhada, mas basta algo não ser do seu agrado para se tornarem irritáveis e até descontroladas. No diagnóstico diferencial, há que ter em conta as seguintes características:
sexualidade bastante volátil e nem sempre definida;
impulsividade e comportamentos de risco ( incluindo dependências químicas);
alternância e inconstância no humor;
dificuldade em lidar com os estados emocionais e em em controlar as emoções, em particular a raiva;
acentuada impulsividade.
Vivem no tudo ou nada, gosto ou detesto, alterando entre estados emocionais que resultam desta dicotomia disfuncional.
Podem ter atitudes agressivas para os outros ou para eles próprios, chegando a tentativas de suicídio. Mas a pessoa borderline não quer, necessariamente, morrer e sim acabar com a angustia que sente.
É comum vivenciaram estados depressivos, descritos como um vazio existencial.
O maior medo de alguém com perturbação borderline é o de abandono e para que isso não aconteça têm comportamentos limite, procuram tornar-se indispensáveis ou apelar à cumplicidade e pena.
Pessoas com esta perturbação são muitas vezes diagnosticadas, erradamente, com bipolaridade ou com ciclotimia.
Nas Perturbações da Personalidade a psicoterapia deve ter como objetivo o suporte, a psicoeducação e o desenvolvimento de estratégias adaptativas, em vez da mudança nos processos mentais. Ainda assim, é muito comum a pessoa desistir por "não ver resultados", não considerando que o seu modo de Ser está a condicionar o processo terapêutico.
Trata-se duma patologia do SER e não é enquadrável em situações clínicas expressas em sintomatologia típica, ainda que muitas vezes exista alguma comorbilidade. Por este motivo a psicoterapia visa, essencialmente, o estabelecimento de modos de funcionamento mais adaptativos.
by Helena Coelho, psicóloga clínica @psicomindcare
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