O que esperar durante a gravidez?
A gravidez é sem dúvida um dos momentos mais intensos da vida da mulher e do casal, repleto de alegria emoções mas também muitas dúvidas e ansiedades.
Durante os nove meses o corpo vai-se modificando. O estado emocional também. Na verdade é uma nova vida que está a crescer dentro do ventre materno.
1º Trimestre
É um período de grande ambivalência emocional, o corpo começa a mudar, mas ainda é difícil representar mentalmente o bebé. As sensações nem sempre agradáveis (sono, enjoos, …).
Ao longo da gravidez vão acontecendo vários sentimentos e emoções. As alterações de humor mais marcantes acontecem, regra geral, no 1º trimestre
No primeiro trimestre é importante aceitar a gravidez, isto é, aceitação do feto, das mudanças que o novo estado implica e a própria maternidade. Este período e caracterizado por muitas ambivalências, mas a confirmação definitiva do estado da gravidez ajuda a ultrapassar estas ambivalências.
2º Trimestre
As mães sentem o bebé a mexer por volta da 20ª semana, é uma emoção bastante significativa. O bebé que mexe, começa a ser fortemente idealizado e representado “na cabeça” dos pais, é um período de maior energia e bem-estar com aumento da líbido.
No segundo trimestre é necessário aceitar a realidade do feto. Inicialmente a mãe concebe o bebé como parte de si e centra-se nas transformações do seu corpo. A sensação real do bebé dentro de si é o ponto de partida para a diferenciação mãe-bebé é fundamental para a ligação materno-fetal, a preparação para o nascimento e separação física do parto.
3º Trimestre
Os movimentos do bebé acentuam-se ainda mais e são percebidos pelo contato corporal, sendo por vezes visíveis, estes movimentos representam, do ponto de vista psicológico, a presença viva do filho na vida do casal.
No terceiro trimestre e puerpério é fundamental aceitar o bebé como pessoa separada, aceitar que embora a existência do bebé possa ser gratificante para a mãe, ele existe para além dela e deve ser aceite enquanto pessoa separada, com características e necessidades próprias.
Durante a gravidez é tempo de reavaliar e reestruturar a relação com os pais:
é necessário integrar as experiências positivas e negativas que teve como filha.(Re) negociar com os pais uma forma de equilíbrio entre o apoio e autonomiaAceitar a ajuda mas de uma forma breve e transitória.
Na relação com o cônjuge/companheiro, é necessário integrar um novo elemento na sua relação:
Reajustar a relação do casal no plano afetivo, na rotina diária e do relacionamento sexual.Devem passar de uma aliança conjugal para uma aliança parental onde a palavra-chave é a partilha.É necessário integrar na sua identidade o papel, função e significado de ser mãe.Reavaliar as perdas e ganhos que a maternidade trouxe e aceitar as mudanças, adaptando-se de acordo com a sua própria identidade.Integrar a ideia de mais um filho como outra pessoa separada, não o assimilando à identidade dos outros filhos, ajudar a família a preparar-se para a chegada de um novo elemento.
Estamos Grávidos
O pai também engravida. Este compartilha expectativas e fantasias em relação ao bebé, elaborando dentro de si uma relação com a criança e com a sua paternidade e tem um papel fundamental de suporte e promoção do bem-estar da mãe e bebé.
Por tudo isto, a gravidez é vivida a três.
Joana Duarte, Psicóloga @Psicomindcare para Up to Kids
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