Há quem tenha aprendido a viver num modo de funcionamento doloroso, de tal forma que não quer abdicar da dor.
Carrega-a ao colo como um animal de estimação, acaricia-a, alimenta-a.
Sentem o peso, o desconforto, que quanto maior for mais justifica a inércia, a vitimização e a desresponsabilização pela sua própria vida.
Por vezes vão ao psicólogo, não para deixar ir a dor mas para confirmar que são um caso sem solução. Boicotam-se, não fazem uso de estratégias, prendem-se na teia da dificuldade reflexiva porque a dor de deixar ir a dor, companheira de anos, é maior do que permanecer nela.
E a dor emocional não é ficção, a neuroimagiologia mostra-nos isso.
Então porque permanecem, passivamente, algumas pessoas, na dor?
Porque ela traz conforto. Desde muito cedo que aprendemos isso.
Ao bebé que chora, é dado carinho, à criança que cai, é dado carinho. Há adultos que permanecem num estado primário de queixume para colmatar a necessidade de carinho.
Então a dor emocional resulta do movimento disfuncional de gritar por uma necessidade básica - amor
E ninguém quer abdicar de ser amado.
Aprender novas formas para se amar e ser amado, é possível. Para para que isso aconteça será inevitável a dor provisória de crescimento do EU e a consciência do seu posicionamento afetivo.
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