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A depressão no idoso



Até que ponto é comum a depressão nos idosos?

Um quarto das pessoas acima dos 65 anos apresenta alguns sintomas depressivos. A maioria das doenças depressivas que se manifestam neste grupo pode ser diagnosticada como disforia da terceira-idade, relacionada sobretudo com o isolamento social e acontecimentos adversos da vida, como falecimentos de pessoas muito próximas.

Em cerca de metade das pessoas acima dos 65 anos, a depressão minor está associada a uma doença física concomitante, em vez de se tratar de uma perturbação depressiva primária.

Como é que a depressão se manifesta em doentes idosos que vivem em lares?

Pode ser difícil reconhecer a depressão em doentes com idades superiores aos 75 anos, especialmente os que vivem em instituições. Foi demonstrado que um terço dos idosos que se encontra ao cuidado de lares de terceira-idade sofre de depressão. Por conseguinte, é uma possibilidade que nunca deve ser excluída. O idoso residente numa instituição parece tenso, desanimado e preocupado ou mostra-se demasiado despreocupado com os seus sintomas? Apresenta uma perda de interesse pelo meio circundante e uma alteração no padrão do sono? Avalia a vida que levou e os seus êxitos de forma negativa? Vê o futuro com esperança ou preferia estar morto? A variação diurna do humor é particularmente importante, para além de sintomas de perda de memória e dificuldades de concentração, medo de enlouquecer e uma apresentação desmazelada. Alguns doentes demonstram depressão agitada, enquanto outros apresentam lentificação do pensamento.

Que medidas devem ser tomadas para impedir o desenvolvimento da depressão nos idosos? A terceira-idade está associada a mudanças nas condições de vida e a perdas, muitas vezes o falecimento do cônjuge, o fim da vida profissional e a consequente diminuição do rendimento disponível, a perda da potência sexual, etc. Não é de admirar que muitas pessoas idosas se sintam deprimidas.

O mais importante neste caso é o planeamento do período de pré-reforma e a orientação, especialmente em relação a assuntos financeiros e a pensões, que nunca é demasiado cedo para começar. Devem ser exploradas alternativas ao trabalho remunerado.


A disfunção sexual deve ser tratada quando apropriado. A incontinência pode ser particularmente incómoda e necessitar de tratamento, possivelmente cirúrgico. Deve ser considerada a possibilidade de existência da disfunção da tiróide, bem como outros problemas médicos significativos.


A atividade mental e física é importante para a saúde, sendo o trabalho voluntário e o exercício regular algumas vias possíveis. Uma boa dieta e uma vida social ativa também aumentam o bem estar. Também é importante o acompanhamento psicológico em caso de luto.




Alice Patrício, psicóloga clínica @Psicomindcare

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