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... o brincar é por si mesmo uma terapia

D. Winnicott

Sobre a Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (PHDA)

O meu filho tem “bichos carpinteiros”​

A Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (PHDA) caracteriza-se por um conjunto de sintomas que se manifestam, regra geral, em simultâneo:

  • Grande dificuldade em se concentrar ou em permanecer atento

  • Ansiedade permanente e sem uma razão plausível

  • Dificuldade nas aprendizagens

  • Dificuldade em completar/terminar as tarefas (mesmo as mais simples)

  • Impulsividade e conduta tendencialmente desafiante ou opositora

  • Tiques e agitação motora sistemática

  • Inteligência por vezes acima da média, mas com mau desempenho académico ou profissional

Normalmente é detetado na infância, mas pode permanecer ao longo da vida sem que seja diagnosticado. Tendo sido mais estudado nas últimas 2 décadas, na verdade alguns adultos de hoje, terão sido crianças hiperativas e até hoje desconhecem a razão da sua “falta de concentração” e da necessidade de estar constantemente em ação.

 

​Ser hiperativo, pressupõe a presença de uma série de movimentos excessivos, uma “hipermotricidade incontrolável”, por vezes descontrolada e despropositada. Pedir a uma criança para estar quieta e sentada durante algum tempo será uma tortura para crianças e educadores.

A criança hiperactiva apresenta problemas na inibição dos seus impulsos, tornando-se difícil controlá-los para enfrentar situações que requerem uma certa organização e concentração. Com tendência para atuar antes mesmo de ter entendido o problema ou o que lhe é pedido, não mobiliza recursos cognitivos suficientemente capazes de elaborar estratégias assertivas de solução. Perante esta fragilidade, tende a atropelar o diálogo e a parecer que entende apresentando soluções, frequentemente inadequadas.



Por outro lado, para vários autores, a criança a hiperativa não é capaz de selecionar, hierarquizar e organizar estímulos exteriores. A criança hiperativa é extremamente suscetível a interrupções, por causa de outros estímulos, ou por qualquer movimento ou ruído que ocorra em seu redor. Por este motivo a distrabilidade (ou falta de atenção) está fortemente relacionada com hiperatividade.
Ainda associado à PHDA, está a tendência para a auto ou hetero-agressividade, para uma conduta desafiante (que se associa a condutas anti-sociais em adulto), à utilização da mentira como fuga às suas dificuldades (principalmente escolares) e a problemas relacionais com os colegas e/ou família, professores, etc..


A intervenção deve ser feita com estreita articulação entre profissionais de saúde e educadores. O acompanhamento psicológico vai possibilitar à criança reduzir o stress, melhorar a auto-estima e desenvolver estratégias de utilização dos seus recursos, emocionais e cognitivos, de forma mais eficaz. O sentimento de inquietação e insegurança, que diminui através do agir, vai sendo progressivamente trabalhado, com recurso à simbolização, construindo-se a capacidade de pensar e de sentir as emoções.

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